quinta-feira, 26 de junho de 2014

Poder Absoluto

Pouco antes de ler “Poder Absoluto”, li, obviamente, a sinopse, que fala de “um ladrão escrupuloso, um advogado obstinado, um detetive que não aceita nenhum caso sem solução e um grupo de pessoas dispostas a qualquer coisa pelo poder”. É claro que me interessei. Um livro com um ladrão escrupuloso deve ser legal, mesmo que um pouco paradoxal, ainda mais quando é envolvido o presidente dos Estados Unidos na história, como um assassino. Ao menos chamativo o livro é, não há como negar.

Luther Whitney não era um ladrão qualquer. Ele roubava de pessoas muito ricas, sempre tentando não ser percebido e nunca ferindo alguém. Não roubava além daquilo que achava necessário para sua subsistência. Ele tinha 66 anos e aquele seria seu último furto, pois pretendia se aposentar com o dinheiro que arrecadaria após vender os itens retirados da casa do milionário Walter Sullivan.
Tudo fora minuciosamente planejado, a mansão Sullivan era perfeitamente conhecida. Sabia perfeitamente o que deveria fazer, mas não contava que um incidente inacreditável aconteceria enquanto invadia a mansão. O Sr. Sullivan estava viajando com sua esposa, portanto nada poderia frustrar seus planos, exceto…
Luther estava dentro da casa quando ouviu um barulho de carros se aproximando. Escondido dentro do cofre, que tinha em sua porta um espelho falso, permitindo-lhe a visualização completa do que acontecia dentro do quarto do casal, ele viu o que jamais gostaria de ter visto: um assassinato.
Não foi um assassinato qualquer, foi o Presidente dos Estados Unidos, Alan J. Richmond, junto com seus ‘tapa-furos’, quem matou Christy Sullivan, que deveria estar viajando com o marido, mas estava na verdade o traindo com nada menos que o Sr. Presidente.
Sem saber o que fazer, ele procurou por Jack Graham, ex-namorado de sua filha, a quem considerava como filho, para pedir ajuda de uma forma inusitada. Luther queria que Jack fosse seu advogado de defesa, mas não quis explicar a situação, alegando que só diria qualquer coisa se fosse extremamente necessário, pois era uma questão mais perigosa do que Jack poderia imaginar.
Kate Whitney não gostava do pai e se tornara promotora pública exatamente para punir pessoas semelhantes: criminosos. Jack Graham, antes de se tornar sócio de uma grande empresa de advocacia, havia sido defensor público. Profissões opostas que resultaram no final do romance alguns anos antes.
Jack descobre-se infeliz com sua vida de provável milionário, percebendo que teria sido mais feliz se tivesse casado com Kate. Pouco antes de seu encontro com Luther, ele a procura, o que acontece mais algumas vezes depois disso. A vida como sócio da empresa exigia mais falta de humanidade do que ele jamais percebera.

“Embora olhasse para a fachada da mansão, Jack não a via realmente. Só conseguia enxergar Kate Whitney em cada janela da construção de pedra.
Jennifer recostou-se nele e apertou seu braço. A dor de cabeça de Jack se transformou em pânico. Sua mente se recusava a funcionar. Sentiu a garganta seca e as pernas bambas. Delicadamente, fez a noiva soltar seu braço, se levantou e caminhou em silêncio até o carro. Jennifer deixou-se ficar sentada por alguns instantes. Seu rosto denunciava muitas emoções, mas a principal delas era a incredulidade. Depois se levantou e foi atrás dele, furiosa.
Sentada no Mercedes, a corretora, que os observava conversar atentamente, parou de escrever o contrato e contraiu a boca em sinal de desagrado.”

Confesso que achei a história meio exagerada no início, mas, depois, pensei: se o autor não exagerar, sai história? Não existem histórias reais mais mirabolantes do que as inventadas? Resolvi aceitar os exageros, mas aviso que eles existem.
Não sei se eu sou sortudo ou se gosto de (quase) tudo o que leio, mas são raros os livros que não gosto. De qualquer forma, esse foi um dos que mais me instigou, com uma narrativa simples, uma história bastante criativa e uma trama bem organizada. Não me decepcionou em nada, mas também não é muito surpreendente. Um excelente livro, que merece ser lido.

Ficha Técnica:
Autor: David Baldacci
Nome original: Absolute Power
Data de publicação: 1996

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