sábado, 28 de junho de 2014

O Menino do Pijama Listrado

Um de meus livros preferidos. Simplesmente incrível a forma com que foi escrito. Mostra a Segunda Guerra  Mundial sob a ótica de um menino de 9 anos, Bruno, que não tem a menor idéia do que está vivendo.

“Na escola todos conversaram um dia sobre seus pais, e Karl dissera que seu pai era quitandeiro, o que Bruno sabia ser verdade, porque o homem cuidava da quitanda no centro da cidade. E Daniel dissera que seu pai era professor, o que Bruno sabia ser verdade, porque o homem ensinava aos meninos maiores, dos quais era sempre melhor manter distância. E Martin dissera que seu pai era chef de cozinha, o que Bruno sabia ser verdade, porque, nas vezes em que o homem vinha buscar Martin na escola, sempre vestia bata  branca e avental xadrez, como se tivesse acabado de deixar a cozinha.
Mas, quando perguntaram a Bruno o que seu pai fazia, ele abriu a boca para dizer-lhes e então percebeu que ele próprio não sabia. Só era capaz de dizer que seu pai era um homem para ser observado e que o Fúria tinha grandes planos para ele. Ah, e que ele também tinha um uniforme fantástico.”
 

O livro começa com a mudança da família de Bruno da casa em que moravam para um campo de concentração nazista, que seu pai passaria a comandar a partir de então. Seu pai era rude e dava muito pouca atenção a ele e sua irmã, Gretel, tanto por ser muito ocupado como por dar valor excessivo a seu trabalho.
O que mais deixava Bruno triste, no entanto, era que seu pai não percebia que o estava separando dos melhores amigos que ele nunca mais teria. Além disso, ele não conhecia a nova casa. E se ela não tivesse as mesmas passagens secretas, os mesmos esconderijos? Como ele viveria assim, sem os amigos, sem sua enorme casa que ainda precisava de mais alguns anos para ser totalmente explorada?
Haja-Vista, como era conhecida a nova casa de Bruno, era muitíssimo menor do que a de Berlim, não tinha vizinhança nenhuma, só tinha vazio ao redor, não tinha seus melhores amigos de toda a vida. O único movimento que ele via era uma multidão cinzenta que ficava depois da cerca que separava o pátio de sua casa, às vezes cercada por homens com as mesmas roupas de seu pai.
O menino estava muito decepcionado com a mudança, tendo que conviver muito mais com sua irmã, já que não tinha mais nada para fazer, e ele a odiava. Gretel era um “caso perdido”.
Aos poucos, ele vai descobrindo formas de se divertir na nova casa, ou, melhor, ao redor da nova casa. O pátio era a única coisa onde ele conseguia exercer sua futura profissão de explorador. Então, ele inventa brinquedos, se suja, se diverte sozinho (e finalmente longe do monstro de sua irmã).
Pouco tempo depois, ele conheceu um menino (Shmuel) que vivia depois da cerca que separava o pátio de sua casa do mundo de pessoas logo ali. E então a história realmente começa, e é incrível.

Acho que eu não quero contar mais nada, nem falar mais nada, para não dar pistas. Só digo que o autor foi genial, simplesmente genial. A simplicidade que Boyne coloca na história, baseada na ingenuidade de um menino de nove anos, é encantadora.

Ficha técnica:
Autor: John Boyne
Título original: The Boy in the Striped Pyjamas
Ano de publicação: 2006

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